Os passageiros, depois de desembarcarem na estação das Devesas, em Vila Nova de Gaia, mudavam-se para traquitanas puxadas por cavalos, entrando aos tropeções na cidade do Porto.
Lady Jackson no seu livro de crónica de viagens A Formosa Lusitânia, que Camilo traduziu e se publicou no Porto em 1877, conta-nos assim o final da viagem de comboio que iniciara em Lisboa:
« [...] Mas ainda tínhamos que andar, e atravessar o Douro, antes de chegar ao Porto, ou Oporto, como os inglezes querem que seja. Uma estreita caixa de madeira de um omnibus, era o único transporte, e nós os trez e mais dous com innumeras malas, caixotes e saccos, com difficuldade cabiamos. Subimos e depois descemos vagarosamente uma íngreme encosta e passamos a ponte-pênsil, alumiada pelos lampejos dos raros lampeões. Começava a tremular no rio o radiar da lua, dando feitios fantasticos às sombras dos objectos, quando íamos em solavancos a entrar na cidade, que se eleva na montanha fronteira a nós. Passava das onze horas quando entramos no Porto.»
MARINA TAVARES DIAS
MÁRIO MORAIS MARQUES
PORTO DESAPARECIDO
A Ribeira na década de 1860,
numa albumina de Carlos Relvas
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